Era uma gelada madrugada de Outono. Não havia vivalma pelas ruas, o silêncio, por vezes interrompido pelo soar de buzinas de carros ao longe, invadia o passeio e a estrada. E por aí caminhava a nossa intrépida heroína a caminho de mais um promissor dia de aulas. Já conseguia ouvir as belas palavras sobre macacos e hominídeos, ossos e bifaces a ressoar-lhe pela cabeça. Também já conseguia ouvir os colegas na animada aula e os seus narizes a soltar silvos e pausas enquanto ressonavam... O dia prometia! Com estes pensamentos na mente seguia a nossa heroína. Os dedos das mãos cada vez mais enregelados, os dentes já quase abriam fendas de tanto bater. Mas eis que... oh não! Não podia ser, algo vinha ai! Algo que iria irromper pelo silêncio da manhã. O estômago rugiu, oh não... vinha ai! Não tinha como evitar... Já estava na garganta! Que fazer?! De repente sentiu um puxão, alguém lhe estava a roubar a mala. Que fazer com tanta coisa a acontecer ao mesmo tempo? A nossa brava cavaleira vira-se de frente para o maldito ladrão determinada a combate-lo com todas as suas forças. Mas a maldita comichão na garganta... era muita coisa ao mesmo tempo... Se não o soltasse nunca teria força para batalhar pela sua mala... Soltou-se ... um som estrondoso saiu da sua boca. Um grande "HIP" acertou em cheio na cara do vilão. Este incrédulo gritou assustado, largou a mala e desatou a fugir! Vencido o mal, a fantástica heroína desta história seguiu o seu caminho, alegre e aos pulinhos, ouvindo-se de quando em quando um pequeno "hip" acompanhado de felizes gargalhadas! Os soluços tinham salvo o dia!
Para quem reconhece este texto do Fórum Portugalmente, azar! >.<
Ide em paz e que a Santa Inutilidade vos acompanhe e vos conceda soluços salvadores!